O que é a Esofagite Eosinofílica e qual a sua incidência?
A esofagite eosinofílica (EE) é um transtorno inflamatório crônico do esôfago caracterizado pelo acúmulo de eosinófilos, um tipo de glóbulo branco, no revestimento do esôfago.
É extremamente importante entendermos melhor o aumento da incidência de casos e o impacto na qualidade de vida dos pacientes uma vez que essa esofagite induzida por alergias tem aumentando em incidência.
Acredita-se que:
- Em países ocidentais, a incidência da EE é estimada em cerca de 10 a 20 casos por 100.000 habitantes por ano.
- Em algumas populações, a prevalência pode ser ainda maior, especialmente em crianças, onde a taxa pode atingir 30 a 50 casos por 100.000.
Além disso, a EE é mais prevalente em homens do que em mulheres e tende a ocorrer com mais frequência em jovens e adultos jovens.
Embora as causas exatas da EE não sejam completamente compreendidas, ela tem sido relacionada a alergias alimentares, predisposição genética e fatores ambientais.
O diagnóstico precoce e o manejo adequado são cruciais para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e prevenir complicações.
Qual é o médico que trata Esofagite Eosinofílica ?
Dra Vanessa Cipriani Vargas é médica Gastroenterologista com mais de 15 anos de formação. Especialista em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva, ela trata doenças como a Esofagite Eosinofílica e pode te ajudar a controlar as complicações relacionadas à doença , impedindo a sua progressão e promovendo ações para reverter o quadro.
Veja depoimentos reais de pacientes que já se consultaram com a Dra Vanessa Cipriani Vargas:
Quais fatores contribuíram para o aumento no número de casos?
- Aumento da Conscientização e Diagnóstico Melhorado
- Mudanças Ambientais e Alimentares:
- Estilo de vida e dieta: Alterações na dieta ocidental moderna (consumo elevado de alimentos processados) podem estar associadas ao aumento de alergias alimentares, que são um fator de risco para a EE.
- Alergias em ascensão: O aumento geral na prevalência de doenças alérgicas, como asma e rinite alérgica, pode estar ligado ao aumento da esofagite eosinofílica.
- Fatores Genéticos e Ambientais:
- Predisposição genética: Existe uma possível predisposição genética à EE em alguns indivíduos, e fatores ambientais podem interagir com essa susceptibilidade.
- Hipoproteção imunológica: A exposição reduzida a certos microrganismos na infância, conhecida como “hipótese de higiene”, pode levar a um aumento nas doenças alérgicas, incluindo a EE.
- Fatores Demográficos:
- Alterações na população: O aumento de casos pode estar ligado a alterações demográficas, como a migração e diversas etnias, que podem ter predisposições diferentes à EE.
Quais são os sintomas que podem despertar a hipótese do diagnóstico de Esofagite Eosinofílica?
- Sintomas como dificuldade para engolir (disfagia), dor torácica, regurgitação de alimentos e, em algumas situações, refluxo gastroesofágico (GERD).
- Histórico de alergias alimentares ou outras doenças alérgicas, como asma ou rinite alérgica.
- Duração e gravidade dos sintomas.
Como é feito o diagnóstico ?
Exame físico :
Pode revelar sinais de desidratação ou desnutrição, especialmente em casos mais severos, onde a dificuldade para engolir impede a ingestão adequada de alimentos.
Achados na Endoscopia Digestiva Alta:
A endoscopia é um dos principais métodos para diagnosticar a EE.
O padrão endoscópico da esofagite eosinofílica (EE) envolve uma série de achados característicos, sendo os principais achados endoscópicos
- Estreitamento (Estenos) do Esôfago: O esôfago pode apresentar áreas de estreitamento, que podem dificultar a passagem de alimentos.
- Anéis ou Strictures: As chamadas “estruturas anelares” (ou anéis esofágicos) são formações que aparecem como constrições ao longo do esôfago, podendo ser visíveis em segmentos do esôfago.
- Placas ou Exsudatos: Pode haver áreas de placas brancas ou exsudatos, que refletem a acumulação de eosinófilos e a inflamação do tecido.
- Papel de Lixa: O revestimento do esôfago pode parecer áspero ou “com a textura de papel de lixa”, resultado da inflamação crônica.
- Alterações na Motilidade: Alterações na motilidade do esôfago podem ocorrer devido à inflamação, levando a uma passagem inadequada de alimentos.
Score Endoscópico EREFS
O ERES (Eosinophilic Esophagitis Research Symposium) é um sistema de graduação que classifica a gravidade da esofagite eosinofílica observando os achados endoscópicos e facilita a sua padronização para comparação futura
Achados na biópsia do esôfago – Análise Histopatológica:
O diagnóstico de esofagite eosinofílica é feito quando há uma contagem elevada de eosinófilos (geralmente mais de 15 eosinófilos por campo de grande aumento) em uma ou mais amostras de biópsia.
Outras condições (como refluxo gastroesofágico) também podem causar eosinofilia, portanto, é importante que a contagem de eosinófilos seja analisada no contexto clínico.
Avaliação de Alergias:
Caso a EE seja suspeita de estar relacionada a alergias alimentares, o médico pode recomendar avaliações adicionais:
- Testes de alergia como testes cutâneos ou exames de sangue para identificar reações a alérgenos alimentares comuns (por exemplo, leite, soja, trigo, entre outros).
- Dietas de exclusão para identificar alimentos que possam estar causando a inflamação.
Dra Vanessa Cipriani Vargas é médica Gastroenterologista com mais de 15 anos de formação. Especialista em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva, ela trata doenças como a Esofagite Eosinofílica e pode te ajudar a controlar as complicações relacionadas à doença , impedindo a sua progressão e promovendo ações para reverter o quadro.
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Qual é o tratamento da Esofagite Eosinofílica ?
Mudanças na dieta – A dieta de pacientes com esofagite eosinofílica (EE) deve ser cuidadosamente planejada para evitar alimentos que possam desencadear reações alérgicas ou inflamações no esôfago.
Ela deve ser individualizada, com base em testes clínicos e resposta a alimentos específicos. O acompanhamento regular com profissionais de saúde é essencial para garantir a eficácia do tratamento e o estado nutricional adequado
Baseados em evidências científicas, algumas abordagens e recomendações dietéticas:
1. Dieta de Exclusão
A dieta de exclusão é uma das abordagens mais comuns e eficazes. O objetivo é identificar e eliminar os alimentos que provocam sintomas. O processo geralmente envolve:
- Identificação de alérgenos: Através de testes de alergia (cutâneos ou sanguíneos) ou uma dieta de eliminação.
- Exclusão de alimentos comuns: Os alimentos mais frequentemente associados à EE incluem:
- Laticínios (leite e derivados)
- Trigo
- Ovos
- Soja
- Nozes e amêndoas
- Peixes e frutos do mar
- Milho
Após um período de eliminação (geralmente 6-8 semanas), os alimentos são reintroduzidos um a um, monitorando os sintomas.
2. Dieta Elementar
Para casos mais severos ou quando a identificação de alérgenos não é possível, pode ser recomendada uma dieta elementar. Esta dieta consiste em fórmulas que contêm proteínas, carboidratos e gorduras em formas simples que são facilmente digeríveis e menos propensas a causar reações.
- Fórmulas hidrolisadas: A dieta pode envolver o uso de fórmulas nutricionais que contêm proteínas e nutrientes em formas quebradas, como as fórmulas hidrolisadas, que têm aminoácidos livres ou pequenas cadeias de peptídeos.
3. Abordagem Baseada em Grupo de Alimentos
Especificamente, a dieta pode ser adaptada para evitar grupos de alimentos que muitas vezes estão envolvidos nas reações. Isso inclui:
- Alimentos processados: Evitar alimentos processados que podem conter aditivos ou alérgenos ocultos.
- Alimentos antigênicos: Fazer a lista de alimentos que são frequentemente problemáticos, como aqueles indicados acima.
4. Dieta Personalizada
É essencial que a dieta seja orientada por um especialista em nutrição ou gastroenterologia, que pode personalizar as recomendações com base nos resultados dos testes de alergia e na resposta do paciente.
5. Avaliação Nutricional
Pacientes com EE podem ter dificuldade em manter uma nutrição equilibrada devido à restrição alimentar. Portanto, é importante:
- Monitorar o estado nutricional: Certifique-se de que o paciente receba nutrientes essenciais (vitaminas e minerais) durante o tratamento.
- Suplementação: Considerar suplementos vitamínicos ou minerais conforme necessário.
Como recomendações gerais deve-se:
- Comer pequenas refeições ao longo do dia para facilitar a digestão.
- Evitar alimentos muito quentes, frios ou condimentados, que podem irritar o esôfago.
- Manter uma boa hidratação é importante para a saúde geral.
Medicamentos anti-inflamatórios
O tratamento da esofagite eosinofílica (EE) envolve uma abordagem multifacetada, frequentemente combinando mudanças na dieta com medicamentos. Os principais tipos de medicamentos utilizados no tratamento da EE incluem:
1. Corticosteroides
- Inaladores de corticosteroides: Podem ser utilizados na forma de aerossóis que são engolidos após a inalação. Essa forma é útil porque entrega o medicamento diretamente ao esôfago, reduzindo a inflamação local. O paciente deve ser instruído a enxaguar a boca após a administração para evitar candidíase oral.
- Corticosteroides sistêmicos: Em casos severos ou em pacientes que não respondem a outras opções, os corticosteroides orais podem ser utilizados por um curto período.
2. Inibidores da Bomba de Prótons (IBPs)
Embora os IBPs sejam mais frequentemente utilizados no tratamento do refluxo gastroesofágico, eles também podem ser eficazes em pacientes com EE, especialmente se houver a sobreposição de refluxo:
3. Imunomoduladores e Terapias Biológicas
Para pacientes que não respondem bem aos corticosteroides ou que apresentam EE crônica, outras opções podem ser consideradas:
- Imunomoduladores: podem ser considerados para suprimir a resposta imunológica em casos refratários.
- Terapias biológicas.
A escolha do tratamento deve ser personalizada de acordo com a gravidade da condição, os sintomas do paciente e a presença de comorbidades. A gestão da esofagite eosinofílica pode exigir acompanhamento contínuo e reavaliação para garantir que o tratamento seja eficaz.
É importante que o tratamento seja supervisionado por um profissional de saúde, de preferência um gastroenterologista, nutricionista e especialista em alergias, para garantir a melhor abordagem multidisciplinar.
Dra Vanessa Cipriani Vargas é médica Gastroenterologista com mais de 15 anos de formação. Especialista em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva, ela trata doenças como a Esofagite Eosinofílica e pode te ajudar a controlar as complicações relacionadas à doença , impedindo a sua progressão e promovendo ações para reverter o quadro.
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Se não tratada adequadamente quais os riscos de complicações da Esofagite Eosinofílica ?
Se não tratada, a esofagite eosinofílica (EE) pode levar a várias complicações, que podem afetar significativamente a saúde e a qualidade de vida do paciente. As principais complicações associadas à EE não tratada:
1. Estreitamento do Esôfago (Estenose)
A inflamação crônica do esôfago pode levar à formação de estenoses, áreas onde o esôfago se torna mais estreito, dificultando a passagem de alimentos. Isso pode resultar em:
- Dificuldade para engolir (disfagia)
- Dor ao engolir (odinofagia)
- Regurgitação de alimentos
2. Comprometimento Nutricional
A dificuldade em engolir pode levar a problemas nutricionais, incluindo:
- Desnutrição
- Perda de peso involuntária
- Deficiências nutricionais, especialmente se a dieta se torna restrita devido a dores ou desconfortos relacionados à deglutição.
3. Formação de Fístulas
Em casos avançados e severos, a inflamação pode levar à formação de fístulas, que são conexões anormais entre o esôfago e outras estruturas, como os pulmões ou a traqueia. Isso pode resultar em complicações graves e potencialmente com risco à vida.
4. Esofagite Eosinofílica Refratária
A inflamação não controlada pode levar a formas resistentes da doença, tornando o tratamento mais complexo e dificultando o manejo dos sintomas.
5. Complicações Relacionadas à Alergias Comuns
Pacientes com EE frequentemente têm alergias alimentares ou outras condições alérgicas associadas, que podem agravá-las se não forem diagnosticadas e tratadas adequadamente. Isso pode incluir exacerbações de asma ou rinite alérgica.
Conclusão
A esofagite eosinofílica é uma condição que necessita de diagnóstico e manejo apropriados. O tratamento adequado pode prevenir complicações graves, melhorar a qualidade de vida do paciente e reduzir a carga da doença.
Dra Vanessa Cipriani Vargas é médica Gastroenterologista com mais de 15 anos de formação. Especialista em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva, ela trata doenças como a Esofagite Eosinofílica e pode te ajudar a controlar as complicações relacionadas à doença , impedindo a sua progressão e promovendo ações para reverter o quadro.
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